Kanindé repudia aprovação de urgência que estabelece o marco temporal: ‘Me envergonho desse Congresso Nacional’
Por Emerson Barbosa
A frente da Associação Etnoambiental (Kanindé) Ivaneide Cardozo, a “Neidinha Suruí” buscou as redes sociais para fazer um desabafo contra aprovação, na quarta-feira, (24), do Projeto de Lei 490/07, que estabelece em caráter de urgência outorga do marco temporal. “Me envergonho muito desse Congresso Nacional. São políticos que estão lá só para destruir e defender os seus próprios interesses”, disse.
foto: Gabriel Uchida
Para a coordenadora, os 324 votos pelos deputados federais, que incluem os parlamentares de Rondônia, evidenciam a irresponsabilidade deste grupo político com a preservação ambiental. “Não tem nenhuma responsabilidade com a floresta, com a Amazônia, o Pantanal, a Mata Atlântica, o Serrado, com nenhum bioma. Só pensam neles mesmos”, afirma.
Ivaneide Cardozo, é taxativa quando fala que a população precisa se levantar contra (os projetos de Lei) que atacam o meio ambiente e os povos indígenas da Amazônia.
“A população precisa dizer não a esses políticos, não ao marco temporal, mas sim a vida, a floresta em pé. É essa minha tristeza com esse Congresso anti-floresta, anti-povos indígenas, anti-direitos humanos. É vergonhoso o Congresso brasileiro. O que eles fizeram é mais vergonho, principalmente ao propor aprovação do marco temporal”, lamenta.
O PL do marco temporal, se aprovado dificultará, a demarcação das terras indígenas, essas ocupadas pelos povos tradicionais, a partir da promulgação da Constituição Federal, no dia 05 de outubro de 1988. Do Rio de Janeiro, a deputada Jandira Feghali (PC do B) enfatizou que o PL “não se trata de uma pauta partidária, más humanitária”.