ESPECIAL : Entrevista com o pré-candidato a vereador, Coordenador do CERNA – Pr. João Batista Beraldo.
Por: Fabiano Gomes/Folha do Norte
Entrevista especial com o Coordenador do CERNA,o Psicólogo e agora pré-candidato a vereador pelo partido União Brasil – por Rolim de Moura, Pr. João Batista Beraldo;
Folha do Norte: Pastor João Batista, como exemplo de vida, o senhor tem sido um farol para a comunidade Cristã, também como principal idealizador e fundador do CERNA, entidade dedicada ao tratamento da adicção química reconhecida em nível nacional, agora resolve enfrentar uma pré-candidatura a vereador, que é mais um desafio em sua vida…
João Batista: Sim, Fabiano. Exatamente porque participamos ativamente desse processo de estruturação do Cerna, desde o seu início há 22 anos, é que nos preparamos para saltos ainda maiores, no caso a política, visando a busca de melhorias á saúde da população e em especial a adicção química e doenças mentais, tão comuns na nossa sociedade. O enfrentamento disso requer a atuação de todos – seja na área política, educacional, ou saúde mas principalmente o engajamento das pessoas mais envolvidas e preocupadas com a manutenção dos sistemas de saúde têm que estar presentes na distribuição dos orçamentos públicos. Por isso resolvi candidatar-me para lutar com mais eficácia e por mais recursos e ações neste setor por parte da classe política. Faz parte da missão. O SUS é um sistema igualitário, equânime, que merece destaque na saúde pública e que nós defendemos como ferramenta social.
Folha do Norte: É possível ter uma atuação transparente, honesta e de resultados no campo político?
João Batista: Com certeza! O trabalho que vimos desenvolvendo e que iniciou há 22 anos, quando aqui cheguei com a quantia de R$ 1,70 no bolso e pedi à proprietária, Srª Tereza, meia refeição no restaurante Raio de Sol, pois era o que meu dinheiro permitia. A dona Tereza não só serviu por inteira a refeição, como me confiou alimentação por muito tempo até que eu deslanchasse no projeto de vida onde expus meus planos de instalar uma comunidade terapêutica destinada ao acolhimento e tratamento de usuários de drogas; Esse histórico nos trouxe credibilidade pelo fato de já termos recebido no Cerna muitas pessoas, homens e mulheres e ter contribuído para curas e diminuição de danos da adicção e até mesmo de outras patologias, haja vista que tratamos nossos internos por completo quando estão em nossas dependências. Nossa equipe é estruturada e multidisciplinar para atender nossos pacientes como um todo. do bem.
Folha do Norte: O senhor está filiado ao Partido União Brasil, que congrega a maior parte dos políticos rondonienses com mandato na atualidade, dentre elas o governador e o prefeito de Rolim de Moura – foi uma escolha deliberada o União Brasil?
João Batista: Veja bem, nosso trabalho em saúde e no social tem nos aproximado da classe política já algum tempo. Há tempos, por motivos profissionais mantenho relações com políticos das mais variadas siglas – e sem preconceito ou politicagem Natural que sejamos amigos e próximos como é o caso da Senadora Damares, do deputado e médico, dr. Fernando Máximo, do governador Marcos Rocha e do próprio Prefeito Aldo Júlio, com quem mantenho excelentes relações de trabalho e agora de apoio político. São pessoas de efetiva participação na política e partidários em realizações em nosso estado e que tenho orgulho em andar junto. Acho que podem sim beneficiar nosso projeto político.
Folha do Norte: Como o Senhor concebeu a ideia de construir-se o Cerna – uma referência em tratamento de adicção química e reinserção social? De onde surgiu essa ideia que deu certo?
João Batista: É uma questão de gratidão para com Deus e a vida, doando uma parte do que recebi das pessoas que acreditaram em nosso projeto e que até hoje nos apoiam. Elas estão vivas em nosso projeto sugerindo, participando, colaborando e isso não tem preço! Hoje o Cerna atende em média 200 pessoas/ano, com atendimento de psicólogos, psiquiatra, dentista, enfermeiras, nutricionista, sendo nossos acolhidos acomodados em quartos confortáveis e em ambiente de paz – Tudo feito com acompanhamento de uma equipe profissional que contribui para a efetiva cura dos acolhidos.
Folha do Norte: O Cerna hoje é referência nacional. Qual o trabalho realizado aos acolhidos na comunidade? Existem alas masculina e feminina, não é isso?
João Batista: Sim, hoje seguimos diretrizes da Secretaria Nacional de Políticas antidrogas, que prevê o uso de protocolos clínicos inclusive, tornando o tratamento da adicção num modelo ambulatorial e de acolhimento comunitário, tendo a abstinência química como regra fundamental em que o acolhido ficará num período de 09 meses totalmente livre das substâncias as quais fazia uso na rua. Isto associado a uma alimentação com várias refeições diárias em horário certo, a exigência de higiene total de ambiente e corporal, assim como a assimilação de novas regras de disciplina, contribuirão para que a pessoa possa novamente adquirir percepção e discernimento de sua vida, tendo a chance de reintegra-se totalmente ao meio sociofamiliar.
Hoje mantemos parcerias com os governos federal, estadual e municipal, o que favorece o acesso de pacientes sem renda para o tratamento, através de convênios celebrados com entidades públicas. Também há os pacientes em alas masculina e feminina com tratamento financiado pela família. O acolhimento é o mesmo para todos.
Folha do Norte: Isso tem custos ao paciente ou o SUS também participa da Receita do Cerna?
Sim, como expliquei existem Convênios nas três esferas que somam na difícil tarefa de manutenção da entidade; os governos, o SUS, sempre nos dão assistência, mas não o suficiente pra manutenção de nossa estrutura. Internos(as) que não conseguem vagas por Convênio por qualquer motivo podem fazer o tratamento particular, dentro do padrão definido comum a todos.
Folha do Norte: Como o senhor avalia que estando com mandato na política local, pode melhorar ainda mais sua atuação nessa importante área de saúde?
João Batista: Sempre penso que a política deve ser exercida para o coletivo e para o bem desse coletivo. Por ser público deve ser igualitário em direitos. Faz-se necessário que as pessoas com boas intenções e de vida ilibada e preparo técnico assumam vagas na política a fim de equacionar os problemas da nossa sociedade. Particularmente não preciso de cargo ou da política para investimento pessoal, vivo bem com minha esposa Joni Eller e nossa renda familiar é suficiente para vivermos. Estou entrando na política – hoje pré candidato a vereador, para melhorar ainda mais as ferramentas de acesso às políticas públicas na área de saúde e educação, sempre pensando no coletivo. Nossa saúde aqui em nível regional tem deixado muito a desejar. Exige muitos investimentos por parte dos governos a fim de atender tantas demandas que compreendem a zona da mata. Toda demanda flui para Rolim de Moura.
Folha do Norte: Suas considerações finais à nossa comunidade virtual…
João Batista: Agradeço à oportunidade de vocês abrirem espaço e expor minhas ideias, assim como nosso projeto político, onde aproveito para dar um recado à população de Rolim de Moura: tempos melhores virão, vamos confiar em Deus, em nossos administradores , cuidando das famílias, da criança, da mulher e do idoso. Promovendo a saúde, moradia e tudo que o ser humano precisa para ter uma vida plena. Precisamos de otimismo e bom senso, sem radicalismo nestas eleições que virão, a fim de fortalecer nosso município e nossa nação. Muito obrigado a todos e todas pela atenção.