Fome e plantio são preocupações após ciclone extratropical no Sul
Enquanto equipes de resgate buscam por desaparecidos em cidades gaúchas afetadas pela passagem de um ciclone extratropical, que causou temporais e alagamentos esta semana, organizações de assistência aos atingidos têm uma preocupação: a segurança alimentar dos milhares de desabrigados e desalojados, e dos próprios voluntários. Além disso, há um alarme para um problema futuro: pequenos agricultores perderam suas lavouras, o que pode colocar em risco a oferta de alimentos na região.
De acordo com balanço das 12h deste sábado (9) da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, são 41 mortes confirmadas e 46 pessoas desaparecidos. O número de municípios afetados chega a 87. São 3,1 mil pessoas desabrigadas e 8,2 mil desalojadas.
Algumas das cidades mais afetadas são Muçum, Roca Sales, Nova Bassano, Estrela, Ibiraiaras, Passo Fundo, Mato Castelhano, Encantado, Lajeado e Arroio do Meio.
Agricultura
A preocupação com pequenos agricultores motivou o Instituto Cultural Padre Josimo (ICPJ) a lançar uma campanha para a aquisição de sementes que serão doadas aos produtores rurais.
“A situação é desesperadora e caótica. Perdas inestimáveis e irreparáveis. Perderam plantios, animais, galpões, máquinas, casas”, descreveu à Agência Brasil o Frei Sérgio Görgen, diretor do ICPJ. “Com a campanha vamos tentar repor um pouco do que perderam e levar conforto e solidariedade”, completa.
“A situação está bem difícil, pois agricultores perderam tudo o que plantaram. Isso terá consequências a curto e médio prazo no que se refere à produção de alimentos e criação de animais. Será necessária uma política de reparo para essas famílias voltarem a trabalhar, algo que levará um certo tempo até se reestabelecerem as coisas”, avalia o presidente do Consea-RS.
Agência Brasil