HISTÓRIA: PORTO VELHO, COM AMPLA MAIORIA DO ELEITORADO CONSERVADOR, SEMPRE ELEGEU POLÍTICOS DE CENTRO OU DA ESQUERDA
As informações que se têm sobre o eleitorado de Porto Velho são de que ao menos 70 por cento dele tem tendência conservadora ou de direita. A constatação resulta das últimas apurações na Capital dos rondonienses, onde a ampla maioria dos que foram às urnas optaram por escolher candidatos de direita ou que representam o conservadorismo, como Jair Bolsonaro para Presidente; Jaime Bagattoli e Mariana Carvalho para o Senado e Fernando Máximo, Cristiane Lopes e Coronel Chrisóstomo para a Câmara Federal. A exceção foi a representante do PT, Fátima Cleide, que teve quase 9.500 votos. A verdade, contudo, que a história eleitoral de Porto Velho, em relação aos seus Prefeitos, aponta que até agora, nenhum, ou seja zero dos eleitos, representavam partidos conservadores. Porto Velho, até Hildon Chaves, sempre votou em partidos considerados de centro esquerda ou de esquerda desde a redemocratização, em 1982. Senão vejamos: o primeiro eleito foi Jerônimo Santana, em 1986. Era do MDB, forte oposição aos governos militares de direita. Tomás Correia, do MDB, sucedeu Jerônimo, na mesma linha política. Chiquilito Erse era do PTB, partido trabalhista de centro-esquerda, quando comandou a cidade até 1992. José Guedes, seu sucessor, era do PSDB, que surgiu como um partido que mesclava vários políticos, mas a ampla maioria muito mais à esquerda do que à direita. Carlinhos Camurça, prefeito por dois mandatos, era do PDT, também um partido muito mais ligado às teorias socialistas do que conservadoras.
Roberto Sobrinho foi o único Prefeito do PT, com dois mandatos considerados bastante positivos. Acabou injustiçado, mas com apoio de Lula e depois de Dilma Rousseff, conseguiu grandes investimentos para a cidade. Foi o único representante da esquerda mais extrema a comandar a cidade. Mauro Nazif, do PSB, também sempre defendeu os partidos de esquerda e foi eleito deputado federal pelo mesmo partido. Por fim, Hildon Chaves, que era e é do PSDB, o mesmo partido de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, sempre mais perto das teorias do socialismo do que do conservadorismo, embora seja uma sigla que abrigue várias correntes, inclusive do conservadorismo. Ou seja, desde meados dos anos 80, quando recomeçou o sistema de eleição direta para Capitais, todos os prefeitos foram ligados à partidos muito longe da direita ou do conservadorismo. Com a nova configuração política, com a sociedade dividida entre direita e esquerda, quase que radicalmente, Porto Velho manterá seu histórico ou pela primeira vez escolherá alguém vindo do meio conservador e mais à direita, para governá-la? As urnas vão dizer, lá por novembro, depois do segundo turno…
Por: Sérgio Pires