São mais de cem famílias que levantam em média às quatro horas da manhã para tirar leite, abastecendo a cadeia de fornecimento do produto ao laticínio localizado em Ouro Preto D´oeste, um dos municípios da bacia leiteira rondoniense

Um grupo de produtores de leite do distrito de Nova União, entrou em contato com o Folha do Norte, denunciando uma situação absurda de possível calote da empresa que fabrica laticínios, em especial a muçarela de marca Paris e que entrou em processo de falência jurídica, significando que  numa ordem de pagamentos a definir em  planilha oficial, primeiramente deverá arcar com as despesas de salários de seus quadro de pessoal e somente depois de quitar dívidas trabalhistas e de fornecedores da cadeia da indústria do laticínio é que deverá acertar com os “leiteiros”.

 Em menos de um mês, os produtores da região não receberam mais a nota emitida pelos laticínios que seria uma espécie de garantia de compra do leite. O fato estranhou aos diversos leiteiros,  os quais começaram a procurar a empresa na busca de  receber seus  haveres. Foi quando a diretoria revelou que entrara com processo de falência na Vara fazendária e que acertaria os haveres com os produtores num prazo de quinze dias – o anúncio  provocou desconfiança dos mesmos. Há pessoas com haveres de  de 1 a 20, 30 mil reais e que necessitam receber seus valores para quitar suas obrigações financeiras na produção do laticínio.

A produtora Andressa Keilla Almeida, que fornece em média 70 litros/dia ao laticínio com sede em Ouro Preto, disse que não há como esperar a empresa sanar seus débitos com outros setores, sabendo que o produtor de leite faz parte de uma cadeia onde todos tem que fazer sua parte, senão quebra, assim como o laticínio quebrou. “Vamos aguardar esses quinze dias pedidos pela empresa e, se não pagarem a gente, vamos acampar no portão do laticínio até que nos paguem, posto que todos temos compromissos a pagar: É pasto, é sal, remédios, peão, manutenção da saúde do gado para produzir um leite de qualidade e no fim, levamos calote? Queremos solução!”, disse Keilla.

Ela disse ainda que os produtores já informaram a situação á prefeitura e deverá encaminhar documentos à Câmara Municipal, na busca de apoio e pressão politica para que a empresa cumpra seus compromissos com quem lhe fornece a matéria prima de seus lucros.

Jornal Folha do Norte/Rolim de Moura,